Ano II - Numero 5 - Março de 2011 - Dicas e Artigos sobre Manifestações Artisticas e Literarias

O que é preciso para ser escritor no Brasil

 

Para ser escritor neste nosso inculto e ignaro país, antes de qualquer outra coisa, é preciso NÃO SER escritor. Sim, pois é praticamente impossível viver do que se escreve, em especial no caso de ser um “escritor iniciante”. Assim, é preciso ter outra profissão, outra atividade que permita o pão de cada dia, uma vez que os ganhos com a profissão de escritor são insuficientes para manter vivo o próprio, quanto mais ele e a família.

Essa pergunta (o que é preciso para ser escritor) me é feita a todo instante e, por isso, vou procurar responder o mais sucinta e didaticamente possível. Para tornar-se escritor, mormente no Brasil, é preciso que o indivíduo:

 

  • 1. Seja imune à desmotivação. Nada desmotiva mais do que saber que, depois de meses de um árduo trabalho escrevendo um texto, descobrir que o fim mais provável para o mesmo é o fundo de uma gaveta, uma vez que muito dificilmente seu autor encontrará uma editora que se disponha a investir seu rico dinheirinho com um novato. Está certo que esse autor iniciante pode contar com os serviços das editoras que operam sob demanda, mas a maioria (imensa maioria) destas não se envolvem com a distribuição, o que condena o livro produzido ao esquecimento.

  • 2. Esteja consciente de que ser escritor é abraçar uma profissão e, portanto, é necessário investir na mesma. Um dentista, ao se formar, tem de montar seu consultório, tem de adquirir equipamentos, contratar uma assistente, uma recepcionista, pagar aluguel e mais um tanto de despesas inerentes à execução de seu trabalho. Por que com a profissão de escritor não seria a mesma coisa? Nos Estados Unidos e Europa, normalmente os escritores começam suas carreiras financiando eles mesmos as suas obras até serem descobertos por um agente literário que os apresentará às grandes editoras. Aqui não pode ser diferente e por que haveria de sê-lo? O que normalmente ocorre é que o escritor iniciante é vítima de uma síndrome, a Síndrome do Sol, na qual ele se imagina como um Paulo Coelho, que será assediado por todas as grandes editoras e vai vender logo de início milhões e milhões de exemplares. Essa síndrome, caracterizada principalmente por um alto grau de vaidade intelectual, se não for diagnosticada e debelada muito precocemente, acaba por condenar o escritor iniciante a um quadro depressivo e de frustração que, não raramente, leva-o a encerrar sua carreira antes de seu nascimento. Portanto, é preciso que o autor estreante tenha a humildade de aceitar a necessidade de ter de gastar alguns reais pagando para produzir suas obras e, assim, conseguir estar presente no panorama editorial e, de uma forma ou de outra, ser visto por quem interessa, ou seja, o próprio mercado editorial.

  • 3. Entenda que não é possível obrigar distribuidores, livrarias e livreiros a comprar um título ou mesmo aceitá-los. O que se pode fazer (nós fazemos isso na Ryoki Produções) é apresentar a obra e seu autor para essas entidades. Por outro lado, para que a aceitação por parte dessas empresas seja facilitada, é preciso que o autor tenha despertado alguma atenção da mídia. Por isso, um lançamento com algum barulho é tão necessário. A mídia só se interessa por um evento e o lançamento com auê é um evento. Trata-se de um efeito dominó: mesmo que o autor seja de uma cidade pequena no interior deste nosso Brasil, uma manifestação adequada da mídia local há de repercutir na capital do Estado e, por que não, poderá ecoar no país inteiro. E é muito mais fácil convencer um livreiro a aceitar um autor que tenha aparecido na mídia.

  • 4. Veja com atenção e entenda os mecanismos de divulgação que a editora por demanda oferece. Escrever um livro, publicá-lo e não divulgá-lo é o mesmo que ter um filho e não educá-lo. Hoje em dia, com a disponibilidade da Internet, temos a possibilidade de fazer uma divulgação maciça utilizando todas as ferramentas de SEO (Search Machine Optimization) e, assim, pôr o livro publicado, bem como seu autor, em posição privilegiada nos mecanismos de busca da Internet. Nós, da Ryoki Produções fazemos isso.

Por fim, do alto de meus 1.100 livros e publicados (www.ryoki.com.br) tenho um conselho a dar para aqueles que possuem a ambição de tornar-se um escritor profissional: escreva. Escreva sempre e qualquer coisa. Depois filtre o que escreveu e verá quanto é possível aproveitar. E leia. Leia muito. Só consegue escrever aquele que lê. A leitura é equiovalente à teoria numa profissão. Da mesma forma que um médico precisa conhecer as matérias teóricas para poder ser um bom médico, um escritor precisa conhecer outros autores e outras obras para ser realmente escritor. Claro está que a prática é necessária tanto para o médico como para o escritor. Para o primeiro, a prática está no trabalho num grande hospital e para o segundo, está em escrever, como disse, sempre e sobre qualquer assunto. E, também, é preciso que o autor iniciante tenha a humildade de entender que ninguém nasce sabendo. O médico precisa cursar uma faculdade de medicina e o escritor deve entender que não lhe fará nenhum mal fazer um curso sobre como escrever um livro como, por exemplo o que é oferecido por nós (www.ryoki.com.br/producoes/https://curso.ryoki.com.br/).


Assim, depois de toda essa propaganda, nosso conselho é que aquele que deseja tornar-se um escritor profissional jamais desista desse intento. Ser escritor é maravilhoso, mas como em toda e qualquer profissão, requer uma boa dose de sacrifício e outro tanto de determinação. E, principalmente, de humildade.

Por Ryoki Inoue

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